Café Magestic - Porto

Magestic ext
Inaugurado a 17 de Dezembro de 1921, com o nome de "Elite", o café, esteve desde muito cedo associado à frequência das pessoas mais distintas da época. Uma dessas pessoas e que esteve presente na inauguração foi o piloto Gago Coutinho, que acabara de chegar de uma viagem à ilha da Madeira, e que ficou maravilhado com o esplendor da decoração arte nova.
No ano seguinte o nome mudaria de Elite para Majestic, sugerindo o chic parisiense, mais de encontro à clientela que pretendia atrair, e tão apreciado na época.
Frequentaram o café nomes como Teixeira de Pascoaes, José Régio, António Nobre, o filósofo Leonardo Coimbra. Mais tarde tornou-se um lugar assíduo para os estudantes e professores da Escola de Belas Artes do Porto.
Uma outra das conhecidas tertúlias que o animou era constituída pelo escultor José Rodrigues e pelos pintores Armando Alves, Ângelo de Sousa e Jorge Pinheiro. Este grupo adoptaria, devido à classificação final do curso, o irónico nome de "Os quatro vintes", e manter-se-ia unido numa série de exposições no Porto, em Lisboa e em Paris no período 1968-1971.
Hoje em dia continua a ser animado com recitais de poesia, concertos de piano, exposições de pintura, lançamentos de livros, realização de algumas cenas para filmes nacionais ou estrangeiros.
Majestic_interior
Estilo arquitectónico
 
O Café Majestic é um exemplar da Arte Nova da época ideada pelo arquitecto João Queirós, inspirada na obra do mestre Marques da Silva, permanece ainda hoje como um dos mais belos e representativos exemplares de Arte Nova na cidade do Porto. O edifício, fundeado em 1916 no ângulo formado pelas ruas de Santa Catarina e Passos Manuel, previa, na memória descritiva da sua reconstrução, a existência de “estabelecimentos virados para a rua pedonal.”
A imponente fachada em mármore, adornada com aspectos vegetalistas, reflecte o bom estilo decorativista da altura. No topo um frontão coroa a composição com as iniciais do Majestic. Ladeiam-no duas representações de crianças que, divertidas, convidam o transeunte a entrar.
A luminosidade dos candeeiros, os detalhes no mármore e os bustos sorridentes que se estendem das paredes ao tecto, conferem-lhe ambiência dourada e confortável, incitando ao repouso e à conversa amena. O Café Majestic emana uma atmosfera de luxo, requinte e bem-estar.
O pátio interior, construído em 1925, com escada e balaustrada de pequenas dimensões, arquitectado como se de um jardim de Inverno se tratasse. Sob a direcção do mestre Pedro Mendes da Silva, este espaço simboliza uma nova era do Café Majestic. A construção do bar e da ligação ao café por meio de uma escadaria, permitiu abrir uma nova frente, a da rua Passos Manuel, “…onde será posto à venda vinho do Porto. Para isso, escolheu-se o estilo regional da nossa arquitectura, não só para a construção do bar, mas também para a vedação do muro.”
Sob a égide dos Barrias, o Café foi encerrado para execução de um projecto de remodelação. Em 1994, depois da substituição do pavimento interior, da reposição do mobiliário original e do desenho de um novo balcão, o Majestic foi reaberto, devolvendo-se-lhe finalmente uma merecida notoriedade.

Um comentário:

  1. António


    a tua cidade é linda.
    O café é magia
    Para mim é um alieado grande.
    faz-me muita companhia
    um beijo

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